Bolsonaro pede a médicos para fazer uso de antidepressivos na prisão
O ex-presidente Jair Bolsonaro pediu aos seus médicos para usar medicamentos antidepressivos no período em que está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A informação foi dada pelo cirurgião-geral Cláudio Birolini, um dos responsáveis pela saúde do ex-mandatário.
— O próprio presidente pediu para fazer uso de algum medicamento antidepressivo. Então foi introduzido e esse tratamento a gente espera que passe a fazer algum efeito em alguns dias — disse Birolini.
Após o ex-presidente passar, na manhã desta quarta-feira, por uma endoscopia digestiva alta no Hospital DF Star, médicos que acompanham sua saúde informaram que ele deve ter alta amanhã, dia 1 de janeiro. A previsão é que o ex-mandatário retorne para a prisão em uma sala da Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
— A nossa previsão é para amanhã. A remoção fica por conta da PF — afirmou Claudio Birolini, cardiologista que acompanha Bolsonaro.
Bolsonaro está internado desde a semana passada, quando foi submetido a uma cirurgia para correção de uma hérnia inguinal bilateral, feita na quinta-feira passada.
Os médicos também realizaram procedimentos para tentar conter crises de soluços pelas quais Bolsonaro tem passado. Na tarde de terça-feira, Bolsonaro havia sido submetido a um reforço no procedimento. Na segunda-feira, o ex-presidente já havia passado pela mesma intervenção. De acordo com a equipe médica, ele passará o réveillon no hospital.
— No decorrer da noite ele estabilizou, mostrou uma melhora do soluço, mostrando que a medicação começou a surtir efeito. Mas precisamos de um pouco mais de tempo, a evolução nesses tipos de caso costuma ser mais lenta. Mas as primeiras 24h nos deixou otimistas — disse o médico Cládio Brasil, que também acompanha a saúde do ex-presidente.
Segundo Brasil, a endoscopia pela qual Bolsonaro foi submetido nesta quarta-feira mostrou um quadro de esofagite, que possivelmente é o que tem causado os soluços.
— A endoscopia mostrou um quadro que ele já tinha, de gastrite e esofagite erosiva. Supeitamos que essa esofagite seja causadora dos soluços.
Na terça-feira, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o ex-vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, haviam dito que a crise de soluços havia voltado.
O ex-presidente foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no caso da trama golpista. Ele cumpre a sentença em regime fechado na superintendência da Polícia Federal em Brasília.
A internação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, após perícia da Polícia Federal indicar a necessidade da intervenção médica.
Essa é a terceira vez que o ex-presidente vai ao centro cirúrgico desde que foi internado, no dia 24, para tratar uma hérnia inguinal bilateral. Ele permanece internado no Hospital DF Star.
Na segunda-feira, ele passou por uma intervenção que consistiu em um bloqueio anestésico do nervo frênico no lado esquerdo. No último sábado, ele realizou o mesmo tratamento no lado direito.
Não há ainda previsão de quando o ex-presidente vai sair do hospital, mas o cirurgião Cláudio Birolini declarou na segunda-feira que ele não deve sair antes do réveillon.
– A gente está trabalhando com a hipótese de, se não houver novas intercorrências, novos problemas, que ele fique aqui até o dia 1º, até quinta-feira.
Birolini também disse que Bolsonaro tem passado por episódios de apneia de sono.
– Na noite passada ele refez aquele exame de polissonografia, para estudo de apneia do sono, e o exame realmente mostrou que ele tem uma apneia de sono severa, ele tem praticamente 50 episódios de apneia de sono por hora. O que mostra a necessidade de uma melhora no padrão de sono. Possivelmente ele deve ficar esses próximos dias com algum equipamento para atender essa situação.
Por sua vez, o cardiologista Brasil Caiado relatou que o ex-presidente teve episódios de hipertensão arterial.
—No sábado à tarde ele começou a responder de forma diferente. O ex-presidente já é um portador de hipertensão arterial, já está medicado e controlada essa tensão, mas no sábado ele apresentou um pico hipertensivo. Nós dobramos a dose de medicamento e adequou domingo de manhã. Durante o procedimento e imediatamente após, ele teve novamente uma crise hipertensiva e nós tivemos que usar medicamento na veia.
