Bolsonaro e demais presos pela trama golpista passam por audiência de custódia
STF analisa pedidos de visita de familiares, avalia laudo médico de Augusto Heleno e cobra explicações sobre entrada de celular em encontro com Bolsonaro. Os seis réus presos de forma definitiva pela trama golpista passaram nesta quarta-feira (26) por audiência de custódia nas unidades prisionais onde estão detidos. O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda avalia se vai divulgar trechos das videoconferências ou as atas dos encontros.
Entre os que participaram das audiências estão: o ex-presidente Jair Bolsonaro, detido na superintendência da Polícia Federal em Brasília; os generais da reserva Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, presos no Comando Militar do Planalto; o general Walter Braga Netto, no Rio de Janeiro; o almirante Almir Garnier, custodiado em uma unidade da Marinha; e o ex-ministro Anderson Torres, o único no sistema penitenciário comum.
Também condenado pela trama golpista, o deputado Alexandre Ramagem é considerado foragido após viajar para os Estados Unidos e ser incluído pelo ministro Alexandre de Moraes no Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões. Já o tenente-coronel Mauro Cid, como resultado de seu acordo de delação premiada, foi condenado a dois anos de prisão em regime aberto.
Visitas na prisão
O ministro Alexandre de Moraes autorizou a visita da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do filho Jair Renan, marcada para esta quinta-feira (27). Cada um terá 30 minutos de encontro com o ex-presidente. Moraes determinou que todas as visitas devem ser previamente autorizadas pelo STF e seguir as regras dos respectivos presídios - com exceção de médicos e advogados, que têm acesso liberado.
Outros pedidos de visita também aguardam análise. O almirante Almir Garnier solicitou autorização para receber a mulher e os filhos. O general Paulo Sérgio Nogueira pediu a liberação de visitas da família e dos netos.
Já o general Augusto Heleno, em exame de corpo de delito realizado pela Polícia Federal, afirmou sofrer de demência e conviver com Alzheimer desde 2018. O laudo menciona perda de memória recente, hipertensão tratada com medicamentos e prisão de ventre. O procedimento é obrigatório para todos os detidos, mesmo no caso de presos sob custódia militar.
Bolsonaro terá que explicar visita de Nikolas Ferreira
Em outra decisão desta quarta-feira, Moraes deu prazo de 24 horas para que a defesa de Bolsonaro explique a entrada do deputado federal Nícolas Ferreira em sua casa com um celular, na véspera da prisão preventiva.
Imagens exibidas pelo Fantástico mostram o parlamentar usando o aparelho durante a visita, apesar da proibição expressa de entrada de telefones no local. A defesa deve responder ao STF até esta quinta-feira.
