Bastidores: Ação do Botafogo social contra Eagle pega SAF e John Textor de surpresa; Presidente pede ‘observador'

 

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O Botafogo entrou na justiça do Rio de Janeiro, nesta terça-feira, contra a Eagle Football Holdings, dona de 90% da SAF do clube, pedindo o ressarcimento de R$ 155,4 milhões — cerca de 10% do valor do passivo declarado. Esse movimento pegou a SAF, os advogados da Eagle e o próprio empresário americano John Textor de surpresa. A ação foi feita sem o conhecimento de nenhuma das partes envolvidas no processo desde o início.

Nos bastidores, fontes ligadas a John Textor indicaram que o americano e o presidente João Paulo chegaram a conversar nos últimos dias. O papo teria sido amistoso, reforçando a união entre ambos e em tom de comemoração pela vitória por 3 a 2 contra o Grêmio que classificou o Botafogo pela terceira vez consecutiva à Libertadores — feito inédito na história do clube.

Na ação ajuizada na 23ª Câmara do Direito Privado do TJRJ, o Botafogo pede também a nomeação de um "interventor judicial" na SAF e a proibição de "venda de ativos da SAF Botafogo (inclusive jogadores de futebol)". Pessoas de dentro da SAF, por sua vez, acreditam que o clube social está tentando retomar o controle do futebol do time alvinegro.

O clube social, no entanto, nega que queira tirar John Textor do comando da SAF do Botafogo. A intenção, segundo o presidente João Paulo Magalhães Lins, é colocar um observador para ficar por dentro de tudo que está acontecendo no futebol do alvinegro, como, por exemplo, a venda de jogadores na próxima janela de transferências.

— Não pedi para tomar o clube de volta e nem pedi para tirar o Textor. Gosto muito dele e quero que ele se resolva o quanto antes com os sócios deles. (Mas também) quero que o acordo de acionista assinado em 2022 seja cumprido. Esse depósito de 155 milhões é para garantir a ação. E tem que ser usado para o Botafogo SAF. A Eagle tem que assumir as responsabilidades dela — disse João Paulo Magalhães Lins ao GLOBO

Segundo o Blog do Lauro Jardim, o Botafogo também pede à Justiça que "proíba a distribuição de dividendos em favor da Eagle até a apresentação de um plano de regularização do passivo da SAF Botafogo". Além disso, o alvinegro ressalta que o imbróglio entre John Textor e Eagle pode significar “estado de insolvência ou iliquidez”.