Barões do combustível brigam na Justiça por vídeo publicado em rede social

 

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Alvo da megaoperação deflagrada nesta manhã de quinta-feira, Ricardo Magro, dono da Refit, moveu uma ação na Justiça contra outro barão dos combustíveis envolvido em ações policiais: Mohamed Hussein Mourad, conhecido como “Primo” ou “João”.

Magro processou Mourad por difamação depois de um vídeo publicado na rede social Linkedin. No vídeo, Mourad dizia que pessoas ligadas a Magro o ameaçaram. Afirmava também que Magro articulava uma “grande operação policial” contra ele, no Rio de Janeiro.

As declarações foram dadas pelo próprio Mourad, em vídeo de 20 de dezembro do ano passado, divulgado pelo portal Metrópoles.

“Ontem, pessoas ligadas ao senhor Magro me ameaçaram, dizendo que ele prepara uma grande operação policial contra mim, no estado do Rio de Janeiro, baseada em ilações, mentiras, circunstâncias inventadas, usando as relações que ele tem com o estado do Rio de Janeiro”, continuou.

Mourad se apresentava na época como consultor da Copape, uma produtora de gasolina. Ele é investigado por comandar um esquema bilionário de fraudes no setor de combustíveis, articulado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), e está foragido da Justiça.

No vídeo, Mourad dizia ainda que temia por sua vida e pela da família. “Tenho certeza da honestidade do governador Cláudio Castro, do seu secretário de Segurança e de todas as suas forças policiais, mas temo pela minha vida e de meus familiares. Gravo essa mensagem como meio de prova da utilização das instituições de estado para fins concorrenciais”, declarou.

Além de indenização em dinheiro, Magro pediu judicialmente a remoção do vídeo publicado no LinkedIn. Inicialmente, o juiz do Tribunal de Justiça de São Paulo negou o pedido de tutela de urgência para a retirada imediata do conteúdo, em consideração à “primazia da liberdade de expressão”.

Magro entrou com recurso, mas a justiça negou provimento. Na sentença final, entretanto, o Tribunal determinou a remoção do vídeo, ao citar que Mourad está foragido em outra investigação.

Mourad foi condenado a retirar o vídeo da rede social, sob pena de multa diária de R$ 1 mil reais em caso de descumprimento. E a pagar uma indenização por danos morais no valor de R$ 6 mil, com atualização e juros.