Bagagem europeia do elenco do Flamengo pode ser trunfo na final contra o PSG: 'Afrontar qualquer equipe'

 

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Para um confronto contra uma equipe da elite europeia, vale toda ajuda de quem já vivenciou o mais alto nível do futebol mundial. Este é um dos trunfos do Flamengo para enfrentar o Paris Saint-Germain amanhã, às 14h (de Brasília), na final da Copa Intercontinental. Dos 25 jogadores que compõem o elenco de Filipe Luís em Doha, dezesseis têm bagagem no Velho Continente, incluindo o treinador, ídolo do Atlético de Madrid que também passou pelo Chelsea.

Este grupo tem nomes como o ítalo-brasileiro Jorginho e o espanhol Saúl Ñíguez, experientes meias contratados no meio do ano — o camisa 21 foi campeão europeu pelo Chelsea. Convocáveis pela seleção brasileira na última década, Danilo — bicampeão europeu pelo Real Madrid — e Alex Sandro mantêm parceria de anos: dividiram o vestiário no Porto e na Juventus.

O lateral-esquerdo enfrentou o PSG três vezes na carreira, todas pela Liga dos Campeões da Europa, da qual os franceses são atuais campeões — uma vitória e uma derrota pelo clube português, e outro revés pelo time italiano. Aos 34 anos, porém, ele se diz preparado para fazer História nesta nova oportunidade, até por conta da atual estrutura oferecida pelo Flamengo.

— Já tinha dado parabéns para as gestões, não só essa, mas a passada também. Pelas contratações, estrutura que eles formaram, para os jogadores e outros profissionais. Eu já tive a experiência de jogar contra o Paris algumas vezes, contra muitos jogadores que estão no elenco. Sei a dificuldade que essa equipe coloca contra os adversários. Porém, estamos preparados dentro do nosso jogo para afrontar o PSG ou qualquer outra equipe — projetou Alex Sandro em entrevista coletiva antes do treino de ontem, em Doha.

— Quando se trata de uma final, sempre vai ter esse frio na barriga. Espero que continue assim até o fim da minha carreira, porque é o que dá vida para o jogo, os nossos treinos, o nosso dia a dia. Mas não só os jogadores que passaram pela Europa. Os jogadores que sempre jogaram no Brasil são experientes, passaram por muito no Flamengo. Nessa fase, cada um passa experiência e conhecimento um para o outro. Através disso, a gente vê a confiança que um tem no outro, e tenho certeza que todos vão estar 100% para esse jogo — completou.

A lista dos “europeus” do Flamengo também tem destaques como Luiz Araújo, Erick Pulgar, Emerson Royal, Everton Cebolinha e Samuel Lino, contratado a peso de ouro do Atlético de Madrid na última janela. Bruno Henrique e Pedro tiveram experiências curtas na Alemanha e na Itália, respectivamente. Varela, Ayrton Lucas, Carrascal, Plata e Juninho se lançaram em mercados mais alternativos, como o futebol russo.

Lembrança do Liverpool

E para quem nunca jogou por lá, esta temporada tem sido especial ao oferecer oportunidades de enfrentar clubes da Europa. Amanhã, será a terceira vez que o Flamengo jogará contra um time do continente em 2025. Na Copa do Mundo de Clubes, no meio do ano, venceu o Chelsea na fase de grupos e foi eliminado pelo Bayern de Munique nas oitavas de final. As duas partidas deixaram lições essenciais.

— Não podemos errar. O bom de ter jogado outros jogos é que a gente sai com experiência. Contra o Bayern, a gente falhou em alguns lances e isso foi crucial para a derrota. Vamos procurar minimizar esses erros, entrar 100% focados e sair com esse título — disse Luiz Araújo ontem. — Não vamos mudar a nossa forma de jogar. Temos que ter um pouco mais de atenção e com um pouco mais de inteligência na defesa.

Flamengo volta a disputar o Mundial de Clubes. Na edição de 2019, foi à final contra o Liverpool

Giuseppe CACACE / AFP

Maiores ídolos do atual time, Arrascaeta e Bruno Henrique tiveram outra experiência um pouco mais distante, em 2019, quando o Flamengo perdeu a final do Mundial de Clubes para o Liverpool. Seis anos depois, a dupla tem a chance de conquistar um final diferente daquela derrota por 1 a 0 na prorrogação.

Desde que a Fifa passou a promover torneios com os campeões de todos os continentes, no Mundial de Clubes de 2005, vencido pelo São Paulo, apenas o Internacional, em 2010, tinha tantos jogadores com experiência na Europa na equipe titular. Eram oito, mesmo número escalado pelo Flamengo na vitória sobre o Pyramids, no último sábado.

São Paulo (2005): 4

Internacional (2006): 3

Internacional (2010): 8

Santos (2011): 2

Corinthians (2012): 7

Atlético-MG (2013): 5

Grêmio (2017): 3

Flamengo (2019): 7

Palmeiras (2020): 2

Palmeiras (2021): 2

Flamengo (2022): 6

Fluminense (2023): 3

Botafogo (2024): 6

Flamengo (2025): 8