Atirador de massacre em Sydney saiu do coma e deve ser indiciado em breve, diz polícia da Austrália

 

Fonte:


Um dos atiradores responsáveis pelo atentado terrorista que matou 15 pessoas na praia de Bondi, em Sydney, saiu do coma e deve ser indiciado em breve pelas autoridades australianas, afirmou a polícia da Austrália nesta terça-feira, dois dias após um dos piores massacres da história do país. O jovem de 24 anos abriu fogo contra uma multidão reunida para celebrar o feriado judaico de Hanukkah, ao lado do pai — que morreu no local. Autoridades policiais disseram que ele será indiciado por crimes graves pelo atentado, mas que precisa estar lúcido para tal.

Suspeita: Ataque em praia na Austrália parece ter sido motivado pelo Estado Islâmico, diz primeiro-ministro

Após ataque em praia de Sydney: Austrália endurecerá leis sobre porte de armas após atentado que deixou 15 mortos

A atualização sobre o estado de saúde do atirador foi confirmada pela polícia de Nova Gales do Sul, onde se passou o ataque. Naveed Akram, que é cidadão australiano, estava em coma desde domingo, após disparar por quase 10 minutos contra civis. O pai de Naveed, um cidadão indiano identificado como Sajid Akram, foi neutralizado pela política.

Em uma declaração à rede americana CNN, a autoridade policial australiana afirmou que Naveed deve enfrentar acusações criminais graves pelo massacre, detalhando que ele "precisa estar lúcido" para ser formalmente acusado.

Initial plugin text

O atentado terrorista provocou uma onda de comoção pelo mundo, sendo apontado como um ato de extremismo antissemita. Entre os mortos estão uma sobrevivente do Holocausto, um rabino e uma menina de 10 anos. Autoridades também apontam que a dupla teria inspiração no Estado Islâmico — duas bandeiras do grupo foram encontradas no carro em que eles chegaram ao local do crime.

Além disso, autoridades australianas e das Filipinas confirmaram que pai e filho viajaram para o país da Ásia por quase um mês, e que passaram ao menos parte do tempo em Davao, uma uma região marcada pela atividade do EI. O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, afirmou que ambos foram provavelmente inspirados pela ideologia do EI para ao promover o ataque.

Embora já tenham se passado oito anos desde que as Filipinas declararam vitória sobre o EI, analistas apontam que centenas de combatentes jihadistas permanecem no país, realizando atividades de recrutamento e atentados. O perfil da ameaça atualmente é considerado mais fragmentado, apesar de continuar sendo responsável por ataques letais.

Os grupos continuam recrutando, explorando a pobreza local e as antigas mágoas políticas, sobretudo na ilha de Mindanao, onde combatentes do EI sitiaram a cidade de Marawi por cinco meses, em 2017. Os grupos em atividade continuam a atacar forças policiais e locais de culto cristãos. Militantes islâmicos detonaram um dispositivo explosivo durante uma missa católica na Universidade Estadual de Mindanao, em Marawi, matando quatro pessoas e ferindo dezenas em 2023.

Rommel Banlaoi, especialista em antiterrorismo nas Filipinas, afirmou ao New York Times que houve uma mudança nos movimentos jihadistas na região após o cerco de Marawi.

— Antes, o foco era a criação de um Estado islâmico. Agora, transformou-se em ajudar muçulmanos e palestinos deslocados pela violência no Oriente Médio — disse Banlaoi. (AFP e NYT)