Ataque na Austrália: O que se sabe sobre a viagem dos atiradores às Filipinas, onde passaram por reduto do Estado Islâmico
Os dois homens responsáveis pelo ataque terrorista na Austrália, que deixou 15 mortos e mais de 40 feridos, passaram quase um mês nas Filipinas, em uma região marcada por atividades de grupos ligados ao Estado Islâmico (EI). Na segunda-feira, um dia depois do massacre, a emissora estatal australiana ABC informou que a polícia antiterrorismo acredita que os atiradores haviam jurado lealdade ao EI. Em paralelo, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, afirmou que eles provavelmente foram inspirados pela ideologia do EI para ao promover o ataque na praia de Bondi, em Sidney.
Contexto: Agressores que promoveram atentado na Austrália passaram quase um mês em reduto do Estado Islâmico nas Filipinas
15 mortes e resposta do Irã: as últimas informações sobre o ataque terrorista na Austrália
Veja os detalhes sobre a viagem:
Viagem: Sajid e Naveed Akram viajaram para as Filipinas em 1º de novembro e permaneceram no país até o dia 28 do mesmo mês, segundo o Departamento de Imigração filipino
Documentos de entrada: Sajid, de 50 anos, entrou no país usando um passaporte indiano, enquanto Naveed, de 24, usou um passaporte australiano
Destino: Eles indicaram a cidade de Davao como destino final e retornaram para Sydney em voo de volta. Davao, no sul das Filipinas, é uma área conhecida por ser reduto de militantes islamistas, especialmente em regiões empobrecidas de Mindanao
Vínculos com o EI: O Conselho de Segurança Nacional das Filipinas está investigando os possíveis vínculos dos suspeitos com grupos terroristas locais, como o EI
Treinamento militar: As Forças Armadas filipinas afirmaram que não podem confirmar se os dois teriam recebido “treinamento de estilo militar” durante a estadia
Motivos: Autoridades australianas informaram que os motivos e o propósito da viagem ainda estão “sob investigação”
EI nas Filipinas: Embora já tenham se passado oito anos desde que as Filipinas declararam vitória sobre o EI, analistas apontam que centenas de combatentes jihadistas permanecem no país, realizando atividades de recrutamento e atentados
O que se sabe sobre os autores do ataque
Origem e nacionalidade: Autoridades da Índia confirmaram que Sajid Akram, um dos suspeitos do ataque a tiros na praia de Bondi, em Sydney, era natural da cidade de Hyderabad, no sul do país. Já seu filho, Naveed, é cidadão australiano.
Migração e vínculo com a Índia: Segundo a polícia indiana, Sajid migrou para a Austrália em novembro de 1998, há cerca de 27 anos, em busca de emprego. Familiares informaram que ele manteve contato limitado com parentes na Índia ao longo desse período. Sajid visitou a Índia seis vezes após emigrar, principalmente por motivos familiares, como questões patrimoniais e visitas aos pais idosos.
Situação na Austrália: Sajid chegou ao país com um visto de estudante em 1998, convertido em visto de parceiro em 2001, o que lhe permitiu residir legalmente de forma permanente.
Histórico com as autoridades: O primeiro-ministro Anthony Albanese afirmou que Naveed havia chamado a atenção da polícia em outubro de 2019, “por estar associado a outras pessoas”. À época, segundo Albanese, a avaliação foi de que não havia indícios de ameaça iminente ou propensão à violência.
Ataque: Pai e filho abriram fogo contra participantes de uma celebração de Chanucá que reunia cerca de mil pessoas na praia de Bondi, no último domingo. O ataque deixou 15 mortos e mais de 40 feridos, sendo um dos mais letais da História da Austrália. Sajid foi morto pela polícia no local do ataque. Naveed permanece internado em estado crítico e deve ser formalmente acusado nos próximos dias.
Armas: Sajid possuía uma licença para armas de fogo havia cerca de 10 anos. Seis armas estavam registradas em seu nome. Ele tinha autorização para caça recreativa, o que lhe permitia integrar um clube de tiro e possuir armas longas — como a usada no ataque.
