'Astronauta anti-bomba': saiba como funciona o traje especial usado pelo GATE em operação de resgate na Rodoanel
O resgate do caminhoneiro Dener Laurito dos Santos, de 52 anos, que afirmava ter uma bomba presa ao corpo no Rodoanel Mário Covas, em São Paulo, mobilizou uma das unidades mais especializadas e discretas da Polícia Militar: o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE). A corporação é responsável por todas as ocorrências com ameaças ou artefatos explosivos no estado e atua com protocolos rigorosos de segurança, preparo físico e controle emocional.
Motorista é resgatado após ameaça de suposta bomba em caminhão em SP
Segundo o coronel Valmor Racorti, do Comando de Policiamento de Choque, um policial explosivista leva cerca de dois anos para se tornar plenamente capacitado. O treinamento envolve desde o manejo de explosivos reais até técnicas de negociação e apoio psicológico em situações de extremo estresse.
Em campo, os agentes vestem um traje antibomba que pode pesar até 40 quilos, feito de materiais balísticos e resistente a impacto e calor. O uniforme garante proteção durante a aproximação de um artefato, mas limita movimentos e exige preparo físico intenso.
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O traje antibomba utilizado pelo GATE segue padrões internacionais de segurança e é certificado de acordo com a norma NIJ 0117.01, referência mundial para equipamentos de proteção balística e antiexplosivos. O modelo mais recente, o Med-Eng EOD 10E, é fabricado no Canadá e pesa entre 35 e 40 quilos, combinando materiais como kevlar, fibra cerâmica e nomex para oferecer máxima resistência a impacto, calor e fragmentos de explosão.
Além disso, o design foi aprimorado para reduzir o peso e aumentar a mobilidade, permitindo que o operador atue em locais confinados com maior flexibilidade e por períodos prolongados.
O conjunto inclui capacete com comunicação integrada por comando de voz, sistema de ventilação interna para reduzir o estresse térmico e proteção reforçada para coluna e pés, tudo pensado para garantir o equilíbrio entre proteção e desempenho operacional.
Segundo o fabricante, o traje passa por testes rigorosos de impacto e fragmentação em conformidade com os padrões internacionais da NIJ, além de possuir componentes eletrônicos blindados compatíveis com contramedidas contra explosivos controlados por rádio.
— A principal dificuldade é manter a calma da vítima e a concentração da equipe. Muitas vezes, o contato é feito à distância, com o agente orientando a pessoa sobre o que fazer — explica o coronel.
No caso desta quarta-feira (12), a operação durou cerca de quatro horas, até que os policiais confirmaram que o suposto artefato era apenas um simulacro de bomba. Durante a ação, o GATE utilizou drones e robôs especializados para verificar o caminhão sem colocar vidas em risco.
Antes de qualquer intervenção, a equipe realiza uma avaliação minuciosa do cenário — levando em conta fatores como tempo de resposta, ambiente e comportamento da vítima — e conta com o apoio de psicólogos e peritos táticos para garantir que cada passo seja seguro.
