Associações condenam impedimento do trabalho de jornalistas na Câmara: 'Incompatível com a liberdade de imprensa'

 

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Associações relacionadas à imprensa condenaram "com veemência" o cerceamento ao trabalho dos jornalistas que faziam a cobertura da tentativa do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) em obstruir os trabalhos da Casa. Em nota, as organizações afirmam que o impedimento do trabalho e o corte de sinal da TV Câmara "são incompatíveis com o exercício da liberdade de imprensa".

A nota é assinada pelas associações Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), Nacional de Editores de Revistas (ANER) e Nacional de Jornais (ANJ).

"A ANJ, ABERT e ANER esperam a apuração de responsabilidades para que tais práticas de intimidação não se repitam e que sejam preservados os princípios da Constituição Brasileira, que veda explicitamente a censura", dizem.

Imprensa é retirada da galeria da Câmara

Confusão no plenário

Após saber que sua cassação seria votada em plenário na quarta-feira, Glauber ocupou a cadeira de Hugo Motta (Republicanos-PB) e declarou que dali não saía.

Policiais legislativos, então, resolveram expulsar repórteres do plenário e das galerias para que não houvesse registro do momento em que o parlamentar fosse retirado da cadeira.

No momento em que policiais se preparavam para retirar Glauber à força, os sinais da TV Câmara foram cortados e a programação foi interrompida.

Quando o deputado estava sendo retirado do plenário pela mesma polícia legislativa, profissionais de imprensa foram empurrados no Salão Verde por policiais.

Agentes da polícia legislativa afirmaram ser necessário abrir um corredor para a passagem do parlamentar e, em seguida, começaram a agredir jornalistas no local, que fica perto da entrada do plenário.

Houve um princípio de confusão, com os agentes da polícia abrindo o espaço de forma forçada. Em seguida, Glauber deixou o plenário cercado por parlamentares aliados, entre eles o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ) e os deputados Orlando Silva (PCdoB-SP), Jack Rocha (PT-ES) e Sâmia Bonfim (PSOL-SP).

Na redes sociais, Motta disse ter determinado a "apuração de possíveis excessos em relação à cobertura da imprensa".