Armamentos da PM são expostos para estudantes menores de idade em escola cívico-militar do Paraná
A apresentação de fuzis e armamentos da Polícia Militar do Paraná (PM-PR) a estudantes menores de idade no Colégio Estadual Vinicius de Moraes, na Região Metropolitana de Curitiba, provocou repercussão nas redes sociais e entre educadores. A atividade, realizada em 3 de dezembro durante uma visita institucional da Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp), integra ações do programa de gestão cívico-militar adotado pelo Estado.
Os armamentos foram expostos em uma mesa instalada no ginásio da escola, onde os alunos puderam observar fuzis, pistolas e equipamentos usados pela corporação. A Sesp afirmou que todo o material ficou em área supervisionada e que não houve qualquer manuseio por parte dos estudantes. Veja o vídeo:
Armamentos da PM são expostos para estudantes menores em escola cívico-militar do Paraná
Segundo o órgão, a ideia era mostrar o trabalho rotineiro das forças de segurança, junto a unidades do Proerd Cívico, da Patrulha Escolar, da Patrulha Maria da Penha e do Corpo de Bombeiros. Na avaliação da secretaria, atividades desse tipo são tradicionais e já realizadas em escolas, eventos comunitários e espaços públicos.
A Sesp destacou que o secretário da Segurança Pública, coronel Hudson Leôncio Teixeira, conversou com os alunos sobre dedicação aos estudos e valorização da escola pública, com o intuito de reforçar o papel da educação e da segurança na formação cidadã e que o evento, assim como outras atividades em parceria com a Secretaria, têm foco em prevenção, informação e aproximação responsável com a comunidade.
Nas redes sociais, comentários argumentam que a exposição de armas a menores pode naturalizar a presença de armamento no ambiente escolar e afetar o imaginário de adolescentes.
Exposição de armamentos em escola cívico-militar em Curitiba
Reprodução | Redes Sociais
O caso ocorre em meio a outras denúncias envolvendo escolas cívico-militares no Paraná. Alunos do Colégio Estadual Cívico-Militar João Turin, em Curitiba, divulgaram recentemente um vídeo de marchas acompanhado de música com apologia à violência.
Na ocasião, presidente do Sindicato dos Professores e Funcionários de Escolas do estado (APP-Sindicato), Walkiria Mazeto, afirmou que cenas como essas são comuns no estado. “Absurdos como esse do vídeo não são casos isolados. Desde o início deste programa (unidades cívico-militares), temos recebido e denunciado ocorrências semelhantes e até piores em escolas que adotaram o modelo”.
Segundo a Secretaria de Educação do Paraná, o estado que já possui 312 colégios cívico-militares receberá mais 33. A decisão do aumento foi realizada através de uma consulta pública em escolas da rede estadual.