Apple pressiona UE a rever regras após atrasos e falhas em recursos do iPhone

 

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A Apple voltou a elevar o tom contra a União Europeia. A companhia pediu nesta quarta-feira (25) a revogação do Digital Markets Act (DMA) — legislação criada para limitar o poder das big techs no bloco — alegando que a norma tem atrasado o lançamento de recursos e exposto usuários a mais riscos de privacidade e segurança. iPhone customizado tem traseira em couro e custa 10x mais Apple nega problema do "Scratchgate" em resposta oficial A cobrança da empresa ocorre no momento em que a Comissão Europeia conduz a primeira avaliação do impacto do DMA, convidando empresas e especialistas a enviarem contribuições até o dia 24 de setembro. Segundo a Apple, recursos como o espelhamento do iPhone para o Mac e a tradução ao vivo com os AirPods precisaram ser adiados na União Europeia, assim como funções de localização do Mapas, já que a lei exige que essas ferramentas funcionem também com dispositivos de terceiros. A fabricante afirma que ainda não encontrou uma forma de cumprir todas as exigências sem comprometer dados dos usuários — e que propostas de salvaguarda apresentadas à Comissão foram rejeitadas. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- “Ficou claro que não podemos resolver todos os problemas que o DMA cria. Com o tempo, percebemos que a lei não está ajudando os mercados, mas tornando mais difícil fazer negócios na Europa”, declarou a Apple em comunicado. Pressão aumenta dos dois lados Do lado europeu, a resposta foi direta: porta-vozes da Comissão afirmaram que “gatekeepers, como a Apple, devem permitir a interoperabilidade de dispositivos e serviços de terceiros”, reforçando que o cumprimento da lei é uma obrigação, não uma escolha. O DMA entrou em vigor em 2024 e determina que gigantes de tecnologia abram suas plataformas a concorrentes, alterando práticas consideradas anticompetitivas. Como parte da adaptação, em junho, a Apple já havia mudado regras e taxas da App Store no continente. Ainda assim, a empresa afirma que o resultado para consumidores da União Europeia tem sido um ecossistema mais fragmentado e arriscado, com sideloading e marketplaces alternativos trazendo maior chance de golpes, malware e até aplicativos de pornografia — antes banidos em sua loja oficial. O embate não se limita ao continente europeu. O governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, tem criticado duramente o DMA, chamando-o de barreira ao desenvolvimento das empresas americanas, enquanto a Comissão Europeia defende a lei como essencial para equilibrar o mercado digital. Enquanto isso, investidores e analistas seguem de olho. O impacto do embate regulatório se refletiu no mercado: após o anúncio das pressões da Apple, as ações da Intel, outra gigante afetada pelo ambiente regulatório, encerraram o pregão em alta de mais de 6%. Leia mais: Canadá acusa TikTok de não proteger dados de menores de 13 anos Nvidia investe US$ 100 bilhões na OpenAI para turbinar o ChatGPT Anatel obriga operadoras a fornecer segurança cibernética a partir de novembro Leia a matéria no Canaltech.