Após ser entregue à PF, Silvinei Vasques deve ser transferido para Brasília
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal deve ser levado, neste sábado (27), do Paraná para Brasília. Silvinei Vasques passou a noite da delegacia da Polícia Federal em Foz do Iguaçu. Ele foi entregue ontem à noite pela Polícia Nacional do Paraguai às autoridades brasileiras na Ponte da Amizade.
O bolsonarista foi preso no Aeroporto de Assunção, no Paraguai, tentando embarcar para El Salvador. Ele fugiu do Brasil dez dias depois de ser condenado por participar da trama golpista. Na noite de Natal, Silvinei Vasques saiu da casa em que morava em São José, na Grande Florianópolis, num carro alugado, levando bolsas e um cachorro pitbull.
Durante o trajeto, ele violou a tornozeleira eletrônica, que parou de emitir sinal na madrugada do dia 25, acionando o alerta das autoridades. Na hora da prisão, Silvinei carregava uma identidade e um passaporte paraguaios, que traziam a foto, o nome e as informações de outra pessoa.
O ex-diretor da PRF até mudou o cabelo para tentar parecer com o dono verdadeiro do documento, Julio Eduardo Baez Fernandez, mas não conseguiu convencer a Polícia e a impressão digital não bateu.
No aeroporto, Silvinei Vasques também apresentou uma carta em espanhol na qual afirmava que tinha câncer no cérebro e que não poderia falar nem compreender perguntas. Ele estava em liberdade porque o processo ainda estava em fase de recurso, mas diante da fuga, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva do ex-diretor da PRF.
Silvinei fazia parte do Núcleo 2 da trama golpista e foi condenado a 24 anos de prisão por cinco crimes, incluindo golpe de Estado. Segundo as investigações, Silvinei usou a estrutura da PRF para atrapalhar os eleitores de Lula no segundo turno das eleições de 2022, principalmente no Nordeste, onde o petista tinha vantagem eleitoral. Durante depoimento à CPMI do 8 de janeiro, Silvinei negou as operações para tentar impedir a eleição de Lula
A nova tentativa de fuga liga o alerta no STF e na Polícia Federal em relação aos 20 condenados na trama golpista que ainda aguardam a execução da pena. Antes de Silvinei, outros bolsonaristas que fugiram do Brasil após condenação foram Carla Zambelli e Alexandre Ramagem.
Condenado a 16 anos de prisão pela trama golpista, Ramagem fugiu para os Estados Unidos e teve o mandato cassado pela Câmara dos Deputados, após terminação do STF. Ontem, a Abin notificou Ramagem que ele precisa devolver R$ 10 mil à agência.
No caso de Carla Zambelli, a Câmara tentou salvar o mandato, mas o ministro Alexandre de Moraes determinou a cassação e ela acabou renunciando. A bolsonarista está presa na Itália, onde aguarda o andamento do processo de extradição.
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