Após protestos da categoria, Tarcísio promete Lei Orgânica da Polícia Civil, mas não define reajustes

 

Fonte:


Após uma manifestação de rua de policiais civis, militares e penais na semana passada, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) fez uma reunião de entidades da categoria, na segunda-feira (24), no Palácio dos Bandeirantes, que terminou com promessas e algumas dúvidas.

Na ocasião, Tarcísio apresentou um panorama das despesas e salários das três polícias, assim como os reajustes efetuados e as contratações efetivadas. Além disso, ele se comprometeu a apresentar, em até uma semana, o texto da Lei Orgânica da Polícia Civil .

Manifestação: Policiais civis, militares e penais protestam contra Tarcísio e Derrite por melhores salários e condições de trabalho

– As portas estão abertas para a valorização das carreiras. Estamos aqui para criar espaços e trabalharmos juntos, com diálogo, responsabilidade fiscal e respeito a uma gestão responsável – afirmou o governador, após o encontro.

Para André Santos Pereira, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP), que representa 18 associações ligadas a servidores da Polícia Civil, o encontro teria sido "angustiante" e deixou dúvidas sobre o possível reajuste.

– Eu não vou te dizer que foi frustrante, mas óbvio que a gente gostaria de sair de lá anunciando o valor do percentual de reajuste e a data. Nós não temos prazo, então é isso que nos deixa angustiados. Não triste, revoltado, nada. Estamos angustiados, porque não temos sequer a especificação de um prazo para as coisas acontecerem – afirma Pereira.

As reivindicações dos policiais civis, assim como militares, que versam basicamente sobre reajustes salariais e melhorias nas condições de atuação, serão analisadas por um grupo de trabalho, responsável por avaliar o impacto financeiro das demandas.

Polícia Penal de fora

Presente na manifestação da semana passada, no Largo São Francisco, no centro, o Sindicato dos Policiais Penais de São Paulo não foi autorizado a entrar na reunião no Bandeirantes.

A alegação, segundo o presidente da entidade, Fábio Cesar Ferreira, é que a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) indicou um outro sindicato para participar da reunião, mas a entidade não compareceu e deixou a classe sem representação.

– Por um lado foi bom não termos entrado, pois não saiu nada daquela reunião, além de promessas vazias. Nossa categoria enfrenta problemas muito graves, como déficit de funcionários, falta de valorização de salários e péssimas condições de trabalho – afirma Ferreira.

Procurada, a Secretaria da Administração Penitenciária não quis comentar as posições do sindicato. Em nota após o encontro de segunda, o governo afirmou que contratou 1100 policiais penais entre 2023 e 2025, e que a categoria recebeu 54% de reajuste durante o período. Os dois números são desmentidos pelo sindicato dos policiais penais.