Após decisão da Alerj, Bacellar pode ser solto nesta terça-feira (9)

 

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O deputado estadual do Rio Rodrigo Bacellar, do União Brasil, presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, pode ser solto nesta terça-feira (09). O trâmite agora passa pela publicação no Diário Oficial, que deve ocorrer nas próximas horas. A expectativa é de que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, expeça o alvará de soltura quando comunicado oficialmente. A dúvida, no entanto, é se o magistrado vai determinar alguma medida cautelar contra Bacellar, como o afastamento da presidência da Alerj.

A Alerj decidiu nesta segunda-feira soltar o presidente da casa, Rodrigo Bacellar, que está preso desde quarta passada por suspeita de vazar uma operação que prendeu o ex-deputado TH Joias.

Foram 42 votos pela soltura, 21 pela manutenção da prisão, duas abstenções e quatro ausências, sem contar a do próprio Bacellar.

Pela manhã, na Comissão de Constituição e Justiça, o parecer pela soltura do político foi aprovado por 4 votos a 3.

Parlamentares foram chamados um a um para declarar voto. Quando a deputada Dani Monteiro, do Psol, tentou se alongar, houve tumulto, e a votação foi paralisada por alguns minutos.

Próximo ao presidente da casa, o deputado Alexandre Knoploch, do PL, disse que a ordem de prisão, assinada por Alexandre de Moraes, não traz elementos sólidos.

"Postar em suas redes sociais que o deputado Rodrigo Bacellar, em algum momento, abraçou o TH Joias, é no mínimo uma incongruência, tendo em vista que qual dos senhores deputados nunca foi abraçado pelo deputado Rodrigo Bacellar? Então, aproveitar o momento agora para fazer discurso, para tentar imputar ao deputado Rodrigo Bacelar algo que, ao meu ver, está muito frágil, lembrando que dentro do que nós recebemos, não há nenhum sentido", disse.

Também do PL, o deputado Douglas Gomes votou por manter a prisão, contrariando a tendência do partido. Ele declarou ter havido pressão a favor de Bacellar.

"Há uma pressão, de fato, porque eu sou deputado suplente. Então, amanhã nós podemos ter aí um secretário exonerado para que eu retorne ao meu cargo de vereador. Até o momento, eu fui convencido pelas investigações que apontam o envolvimento. Aqui não estou dizendo que o presidente Rodrigo Bacellar é membro do Comando Vermelho. Não estou dizendo isso. Estou dizendo que as provas apontam que teve um contato no dia que o TH Joias estava em fuga", afirmou.

Outros deputados também foram contra a orientação partidária. No PSD, que defendeu a prisão, dois parlamentares votaram por soltar Bacellar. Até na esquerda houve deserção, como a de Carla Machado, do PT.

Após ser notificado pela Alerj, Alexandre de Moraes ainda pode decidir por outras medidas cautelares. Uma das dúvidas é se Bacellar volta à presidência da Casa. O deputado Flavio Serafini, do Psol, disse que a maioria ainda é contra o retorno.

"Olha, aqui não há consenso nesse momento sobre nada. Uma parte importante dos deputados votou pela soltura, uma parte importante dos deputados provavelmente quer que ele volte para a presidência da casa, talvez essa posição hoje seja minoritária, mas que tem apoio, tem aqui uma parcela do parlamento", disse.

A decisão pela soltura não impede Bacellar de seguir sendo investigado no inquérito da Polícia Federal.