Após 48 horas, falta de energia ainda afeta mais de 600 mil imóveis em SP

 

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Após o vendaval provocado por um ciclone extratropical na quarta (10), São Paulo registrou nesta sexta-feira (12), às 14h20, o total de 633,050 mil imóveis sem energia nos municípios atendidos pela Enel — o equivalente a 7,44 % da área de concessão, que soma 8,5 milhões de clientes. Apesar da melhora em relação ao pico da crise, a concessionária segue sem informar quando o fornecimento será totalmente normalizado.

Na capital, ainda há mais de 464 mil unidades sem luz, cerca de 8% dos clientes da cidade. No momento mais crítico, aproximadamente um quarto dos domicílios paulistanos ficou simultaneamente no escuro. Segundo a Enel, as interrupções persistem porque, em trechos mais atingidos, é necessária a “reconstrução completa da rede”, com troca de postes, transformadores e recondução de cabos. A empresa afirma ter mobilizado mais de 1.600 equipes ao longo do dia.

Algumas cidades da Grande São Paulo registram índices elevados de interrupção. Embu, por exemplo, tem agora mais imóveis desligados do que na última atualização da Enel. São 30.443 (26,7%) versus 27 mil imóveis desligados (23,7%) na manhã de hoje. Juquitiba ainda está na casa dos 20% dos clientes sem energia (3,7 mil unidades), enquanto Vargem Grande Paulista permanece com 17,9% da cidade no escuro. Cotia também enfrenta cenário crítico, com 20,2 mil clientes sem luz (14%).

Municípios maiores ainda acumulam milhares de unidades desligadas: Santo André tem 13,5 mil imóveis sem energia; São Bernardo, 16,2 mil; Mauá, 4,9 mil; e Itapevi, 4,7 mil. Entre os menores, seguem afetadas Osasco (6,6 mil), Carapicuíba (5,5 mil), Ribeirão Pires (1,5 mil) e Jandira (1,4 mil).

Voos

Após uma sequência de cancelamentos, remarcações e longas esperas, a operação nos aeroportos de São Paulo começou a se normalizar. Depois do vendaval que levou ao cancelamento de mais de 400 voos desde quarta-feira, a manhã desta sexta registrou apenas três atrasos em Congonhas e nenhum atraso em Guarulhos.

Entre quarta (10) e a manhã desta sexta-feira (12), Congonhas somou 305 voos afetados e Guarulhos, 117, totalizando 422 operações prejudicadas.

Mesmo com o cenário mais estável, autoridades recomendam que passageiros chequem a situação dos voos diretamente com as companhias antes de seguir para o aeroporto.

Abastecimento de água

Mesmo com a redução das áreas atingidas pela falta de energia elétrica, parte da capital e de municípios da Grande São Paulo segue com o abastecimento de água comprometido por causa da falta de energia provocada pelas chuvas e vendavais. Segundo a Sabesp, o fornecimento de eletricidade ainda é instável em sistemas essenciais para o bombeamento, o que dificulta a normalização. A recuperação total, informa a Sabesp, pode levar até 48 horas após o religamento da energia.

Na capital, seguem afetadas regiões como Parelheiros e Vila Romana, além de áreas do Parque do Carmo, que continuam com equipamentos sem energia.

Estações movidas a gás foram acionadas e geradores mantêm unidades como Americanópolis e Itapecerica da Serra em funcionamento — embora a potência exigida pelos equipamentos de bombeamento seja muito superior à de um gerador comum.

Na Grande São Paulo Guarulhos (Pimentas), Francisco Morato (Jardim Arpoador) e Caieiras (Centro) seguem enfrentando dificuldades por causa da falta de luz.