Após 26 anos de negociações, Conselho Europeu decide nesta semana se aprova acordo Mercosul-UE
O Conselho Europeu se reúne nesta quinta (18) e sexta-feira (19) para decidir se aprova o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, após 26 anos de negociações. Se houver aval ao texto, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deve vir ao Brasil no sábado para assinar o acordo em Foz do Iguaçu, durante a cúpula do Mercosul.
A Comissão Europeia aprovou nesta quarta-feira (17) a versão final das medidas de proteção ao setor agrícola europeu. Elas podem ser acionadas caso importações do Mercosul ameacem ou causem prejuízos graves aos produtores do bloco econômico que reúne 27 países.
Apesar disso, o acordo enfrenta forte resistência. França, Itália e Polônia apresentaram objeções formais ao texto.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni e o presidente francês Emmanuel Macron defenderam publicamente o adiamento da decisão final. Meloni disse não ser contra a parceria, mas defendeu garantias adicionais para o setor agrícola. Já Macron, declarou oposição veemente a qualquer tentativa de forçar a aprovação do acordo.
Houve protesto de agricultores e pecuaristas franceses que bloquearam dezenas de estradas com tratores nessa quarta. Diante do impasse, o presidente Lula fez um ultimato e afirmou que o Brasil pode abandonar as negociações caso não haja consenso até o fim do ano.
A resistência França, Itália e Polônia praticamente inviabiliza a assinatura do acordo ainda nesta semana. Isso porque estão entre os países mais populosos do bloco e têm votos decisivos. Se os três votarem contra o texto, juntos eles têm poder matemático de vetar o acordo, com bloqueio superior a 35%.
