Antes de mirar em Sóstenes e Jordy, PF fez operação contra assessores em investigação por suspeita de desvio de cota parlamentar

 

Fonte:


Um ano antes de fazer a operação que tem como alvos o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o deputado Carlos Jordy, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra assessores dos deputados. Os desdobramentos da ação e o aprofundamento das investigações deram origem à operação da manhã desta sexta-feira,

A investigação mira um suposto esquema de uso de recursos de cota parlamentar para pagamentos irregulares, a partir de contratos falsos com locadoras de veículos.

Na época, O GLOBO mostrou que os gastos de Sóstenes com aluguel de carro representam quase o dobro da média dos valores declarados por outros parlamentares, de acordo com um levantamento feito pelo GLOBO no Portal de Transparência da Câmara dos Deputados. Ao longo do ano passado, os gastos do parlamentar ultrapassaram R$ 137,9 mil, enquanto a média das despesas de outros deputados com essa categoria foi aproximadamente R$ 76,8 mil.

No ano passado, foram cumpridos seis mandados no Rio de Janeiro, Tocantins e Distrito Federal. Segundo os investigadores, agentes públicos e empresários teriam firmado um "acordo ilícito para o desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares" a partir dessa prática.

A suspeita na ocasião era de prática de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Sóstenes foi -presidente da Frente Parlamentar Evangélica e ocupa desde o início do ano o posto de líder da bancada do PL na Câmara, sigla com maior número de parlamentares na Casa. Carlos Jordy é deputado federal pelo Rio de Janeiro e foi candidato a prefeito em Niterói nas eleições municipais do ano passado.

Na ocasião, Sóstenes afirmou "não ter nada a esconder" e alegou a possibilidade de "perseguição".

— Tenho nada a esconder, podem revirar o que quiserem, não quero acreditar que seja mais um capítulo de perseguição contra parlamentares de direita — afirmou.