Amigos mortos após churrasco em Osasco entram na lista de vítimas do metanol em SP
O governo do Estado de São Paulo confirmou, nesta quarta-feira (22), a sétima morte provocada pelo consumo de bebidas adulteradas com metanol. A vítima é Cleiton da Silva Conrado, de 25 anos, morador de Osasco, na região metropolitana de São Paulo.
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Cleiton era amigo de Daniel Antonio Francisco Ferreira, de 23, que também morreu devido ao consumo de metanol. Ambos participaram de um churrasco no mês passado e teriam comprado a bebidas em uma adega da região.
Segundo informações da TV Globo, Cleiton morreu em 23 de setembro, mas a confirmação da causa do óbito só ocorreu agora, após a conclusão dos laudos periciais. A companheira dele, Jhenifer Carolina dos Santos Gomes, também foi encontrada desacordada e levada ao hospital, onde acabou morrendo. Laudos devem confirmar se ela também faleceu pelo consumo de bebidas adulteradas.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, já são 42 casos confirmados de intoxicação por metanol em São Paulo. Outros 18 casos seguem sob investigação, incluindo uma morte em Piracicaba. Ao todo, 423 suspeitas foram descartadas.
Entre as vítimas confirmadas estão o empresário Ricardo Lopes Mira, de 54 anos; Marcos Antônio Jorge Júnior, de 46; o advogado Marcelo Lombardi, de 45; Bruna Araújo, de 30; e Leonardo Anderson, de 37.
A maioria das mortes ocorreu em São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista. A principal suspeita da Polícia Civil é que uma fábrica clandestina instalada em um imóvel ligado a Vanessa Maria da Silva, presa no início de outubro, tenha produzido os destilados vendidos em grande parte dos locais associados à onda de intoxicações.
Ao menos duas mortes — as de Ricardo Lopes Mira e Marcos Antônio Jorge Júnior — e três bares foram diretamente relacionados à fábrica, segundo os investigadores.
“A principal hipótese é que a fábrica da Vanessa distribuiu para a maioria dos lugares. Temos o apontamento de três casos oriundos de bebidas que saíram da fábrica da Vanessa. Temos mais quatro casos suspeitos, alguns em São Bernardo, em Osasco”, afirmou o delegado-geral de São Paulo, Artur Dian, durante coletiva realizada na semana passada.
Ainda de acordo com o delegado, a polícia apura se outros casos de intoxicação também têm relação com a fábrica clandestina. A investigação trabalha com a hipótese de que as bebidas adulteradas tenham sido produzidas com etanol ‘batizado’, adquirido em postos de combustível.
