Ainda não há previsão para restabelecimento total da energia em São Paulo, segundo Enel
Sem um prazo para o restabelecimento completo da energia em São Paulo, após o vendaval de quase 100 km/h que deixou mais de 2 milhões de imóveis sem luz, a Enel — concessionária responsável pela maior parte dos municípios do estado — atribuiu o apagão ao impacto de um ciclone extratropical e a um vendaval considerado histórico, que perdurou por cerca de 12 horas.
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De acordo com a companhia, o evento climático foi severo: as rajadas de vento derrubaram árvores e lançaram galhos e objetos sobre a rede elétrica. “Trechos inteiros da rede foram danificados, impactando o fornecimento de energia em diversos pontos”, informou.
A empresa afirma ter mobilizado mais de 1.500 equipes ao longo do dia de ontem para atuar no restabelecimento. “Desde ontem até as 5h de hoje, mais de 500 mil clientes tiveram o fornecimento normalizado. No momento, há 1,5 milhão de clientes impactados”, disse a distribuidora, que também disponibilizou geradores para casos críticos.
— Diferente das outras crises, onde chove, demora duas três horas de chuva e vento e para, a gente teve ventos ao longo do dia de ontem de 97 km/h. Não foi um vento que entrou e parou, foi um vento constante — afirmou diretor da Enel São Paulo, Marcelo Puertas, em entrevista ao Bom dia São Paulo. da TV Globo.
Os dados mais recentes da própria Enel mostram que São Paulo é o município com maior número absoluto de clientes sem energia: são 1.025.496 unidades afetadas, o equivalente a 17,67% do total. Na região metropolitana, há cidades proporcionalmente ainda mais atingidas. Embu-Guaçu, por exemplo, tem 61,89% dos imóveis sem luz — 14.158 de um total de 22.874 clientes. Cotia também aparece entre os municípios mais afetados, com 47,41% de interrupção (67.105 clientes).
Outros locais relatam índices altos, como Juquitiba (47,95%), Santo André (19,19%), Itapecerica da Serra (30,99%) e Taboão da Serra (22,84%). No ABC, São Bernardo do Campo registra 58.593 imóveis apagados (16,16%). Em cidades populosas como Osasco e Diadema, 38.465 e 26.622 clientes seguem sem fornecimento, respectivamente.
As interrupções também impactam o sistema de tráfego da capital. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), nesta manhã, eram 235 semáforos apagados na cidade.
