Acusado de matar a advogada em Belo Horizonte será julgado em júri popular

 

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A decisão é do 1º Tribunal do Júri do Fórum de BH, que pronunciou o réu Raul Costa Lages pelo feminicídio qualificado da vítima. A magistrada responsável pelo caso afirmou que foi produzido um conjunto probatório consistente que indicam que Raul cometeu o crime. Durante a fase de instrução processual, o réu negou os fatos. O 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte decidiu que o advogado Raul Rodrigues Costa Lages vai a júri popular pelo feminicídio da companheira, a advogada Carolina Magalhães. A decisão é da Ana Carolina Rauen Lopes de Souza e foi divulgada, nesta segunda-feira, após o encerramento da instrução processual do caso.

Segundo a denúncia do Ministério Público de Minas, Carolina foi encontrada morta em junho de 2022, após ser jogada do oitavo andar de um prédio no bairro São Bento, na região centro-sul de BH. Raul é acusado de ter atirado a vítima por uma das janelas do apartamento e, por isso, responde por feminicídio qualificado.

Durante a fase de instrução processual, o réu apresentou a versão dele dos fatos, negou o crime e disse que está sendo perseguido e que a acusação de que cometeu o feminicídio "é cruel". Afirmou, ainda, que o relacionamento dos dois era conturbado e o emocional da vítima estava abalado, defendendo a tese de suicídio.

Porém, após analisar as provas apresentadas pela acusação, além de depoimentos de testemunhas e do próprio réu, a juíza Ana Carolina Rauen afirmou que "o conjunto probatório produzido revela indícios de autoria de Raul Lages e que ele era a única pessoa presente no local e horário dos fatos, o que é suficiente para aceitação da acusação".

A magistrada destacou, ainda, que laudos periciais apontaram que "a posição do corpo da vítima após o impacto e o raio de lançamento eram incompatíveis com uma queda voluntária, indicando possível projeção do corpo".

Além disso, conforme a juíza, "os autos documentam, de forma consistente, um padrão reiterado de violência psicológica, física e financeira por parte do acusado contra a vítima". Ela ainda rejeitou a versão da defesa de suicídio de Carolina por ausência de indícios concretos.

Na mesma decisão, a juíza ainda autorizou que Raul aguarde a marcação do júri popular em liberdade. A CBN procurou a defesa dele e aguarda um posicionamento sobre a decisão.

Carolina tinha 40 anos e deixou dois filhos. Num primeiro momento, o caso foi tratado como suicídio, mas as investigações da Polícia Civil concluíram que houve o feminicídio da vítima.