Abin aponta atuação de facção e milícias na política e ‘interferência externa’ como riscos para eleição de 2026
Um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apontou duas ameaças de "risco relevante" à segurança da democracia brasileira e do processo eleitoral em 2026 - "a criminalidade organizada e a interferência externa". As informações constam em um documento intitulado "Desafios da Inteligência - Edição 2026", de 124 páginas.
A agência indica como fatores de vulnerabilidade a existência de milícias e facções criminosas que dominam territórios, financiam campanhas eleitorais, indicam candidatos próprios e coagem eleitores. "Chegando, em casos extremos, a eliminação de adversários políticos", acrescenta o texto.
"A crescente simbiose entre a criminalização da política e a politização do crime evidencia a capacidade de milícias e de facções de influenciar o processo eleitoral", diz o relatório, que conclui:
"A penetração da criminalidadevna política descaracteriza a representação democrática e ameaça as instituições, corrompendo-as por dentro".
Além da influência crime organizado no pleito eleitoral, a Abin indica a possibilidade de "interferência externa" nas eleições como "fator de risco que não pode ser subestimado".
De acordo com o órgão, essa interferência pode ocorrer "por meio de campanhas de desinformação sofisticadas, ataques cibernéticos à infraestrutura eleitoral ou via financiamento oculto de grupos políticos específicos e de movimentos de viés antidemocrático".
A agência afirmou que há movimentos extremistas em operação que trocam informações sobre táticas de manipulação eleitoral em fóruns na internet com capacidade de "impactar diretamente" a soberania nacional.
"Identificar e neutralizar essas ameaças constitui desafio para a Atividade de Inteligência o que se tornou", diz o relatório.
