Abin alerta para riscos de 'extremismo violento' nas eleições de 2026

 

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Faltando dez meses para as eleições de 2026, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) alertou para riscos existentes no país e disse que a polarização ainda exacerbada pode provocar ações de extremismo violento, motivadas por ideologia, com riscos à integridade física de eleitores, autoridades e infraestruturas críticas necessárias ao processo eleitoral.

Segundo relatório da agência, o extremismo pode ainda implicar ameaças concretas, como as que culminaram nos atos de 8 de janeiro de 2023 e que permanecem como risco para 2026. No relatório, a Abin afirma que as eleições ocorrerão em meio a desafios tanto para a sociedade quanto para a Atividade de Inteligência, demandando atuação integrada e rápida do Estado frente a ameaças, que incluem ações de deslegitimação do processo eleitoral, campanhas de desinformação, ações de interferência externa, de extremismo violento e aprofundamento da polarização social.

A Abin ainda inclui um sexto ponto preocupante: a atuação do crime organizado, inclusive na política. O relatório diz que a erosão da confiança no sistema eleitoral continua abrindo espaço para narrativas de ruptura e de contestação, inclusive violenta, como as que emergiram após as eleições de 2022 e que permanecem latentes. E alerta para o uso de deepfakes - que têm potencial para forjar declarações de candidatos, descontextualizar falas ou simular discursos inexistentes de forma extremamente convincente.

A preocupação é com o uso de uma ferramenta de grande potencial disruptivo, capaz de desequilibrar a disputa eleitoral e destruir reputações em tempo quase imediato. A Abin alerta, inclusive, para a ação de atores estatais que podem ter altos incentivos para promover ações de desestabilização das eleições, minando a confiança nas instituições, influenciando resultados e favorecendo interesses geopolíticos e econômicos próprios.

O órgão reforça a necessidade de identificar e neutralizar ameaças transnacionais de movimentos extremistas com táticas de manipulação e estratégias sofisticadas com potencial para impactar a soberania nacional, mas que isso ainda é um grande desafio para a atividade de Inteligência no país